Determinada em limitar o álbum em 12 músicas, Sigrid bateu de frente com algumas considerações: Quantas músicas dos dois EPs já lançados – 2017’s ‘Don’t Kill My Vibe’ de 2017 e ‘Raw’ de 2018 – deveriam ser incluídas? Qual seria a combinação ideal de músicas antigas e novas? Como seria a obrigação de incluir as músicas que cantava ao vivo e que eram as favoritas dos fãs? E quanto alcance e variedade ela pode mostrar antes disso deixar de ser coeso? Com um álbum cheio de inspirações que vão de Ariana Grande, Coldplay, ABBA até a mágica companhia de filmes Studio Ghibli, Sigrid fez um grande álbum, e apesar de toda a pressão ela decidiu fazer tudo em seu tempo.

À medida em que foi crescendo – e o calendário ficando cheio de novas datas de turnê e sessões de estúdio – Sigrid também teve que aceitar que o álbum que ela pensou que faria quando começou estava evoluindo para algo que, embora fosse tão gratificante, era um trabalho diferente.

“Quando comecei a escrever aos 16 anos sozinha na casa dos meus pais em Ålesund, na Noruega, eu estava sonhando em fazer um álbum, e isso é exatamente o que eu estava esperando”, ela diz.


“Talvez no começo nós pensamos que viria mais rápido, mas acontece que minha agenda estava fora do controle, louca. Eu estava correndo por aí por toda parte.”

“Eu também estou muito feliz que isso aconteceu, embora, porque me deu todas essas novas músicas.” É provável que faixas como “Sight Of You” – sobre os altos e baixos da vida na estrada – não existiria se ela tivesse apressado o álbum para lançamento no início de 2017 ou início de 2018. E quanto às músicas que os fãs estavam lamentando, Sigrid diz:

“Elas não estão mortas, elas estão vivas. Talvez haja outra hora para essas músicas.”

Abaixo, a cantora explica cada música do Sucker Punch – o que a inspirou, como as produziu no estúdio e como foi corte final. “Claro que é um grande negócio que é o meu primeiro álbum,” diz Sigrid. “ Eu não tenho ideia do que esperar, eu espero que as pessoas gostem. Espero que faça bem. Mas não importa como isso vai acabar, eu fiz algo de que estou extremamente orgulhosa, e esse é o meu primeiro álbum de muitos. Esse não é o último.”

“Sucker Punch”
Eu estava procurando por um título para o álbum por um bom tempo, e eu pensei que “Sucker Punch” resumiu melhor, porque todas as músicas são como um golpe baixo. Toda a coisa é bem explosiva – até as baladas, que são realmente honestas e na cara. Eu escrevi essa música com Emily Warren e Martin Sjølie no Ocean Sound Recordings, estúdio onde gravei minhas primeiras músicas. Tinha dois grandes pianos, então Martin e eu estávamos sentados em um piano tocando entre sí, o que foi muito divertido. Em um momento nós desaparecemos em nossos quartos separados, e é assim que costumamos fazer isso: Emily e eu vamos para um quarto e trabalhamos na letra e ele estará em outro fazendo a produção. Depois de meia hora, ele vem para o nosso mundo – “Talvez mude essa palavra” – e nós vamos para o mundo dele: “Adicione um pouco de brilho nesse verso.” Foi um processo muito orgânico e colaborativo. Produtores e escritores trabalham de maneiras diferentes, mas eu, Emily e Martin acabamos de encontrar o nosso caminho.

“Mine Right Now”
Nós produzimos essa música um dia depois de “Sucker Punch” – estávamos tipo: “Puta merda, fizemos uma música muito legal, nós temos que fazer isso de novo!.” Queríamos fazer algo que soasse como uma grande música ao vivo. Eu comecei a pensar sobre me apresentar ao vivo e como soaria a música dos meus sonhos para tocar em festivais, então eu estou muito animada pra tocar essa. É também uma música feliz. Todas as minhas músicas parecem ser felizes quando você as ouve uma vez, mas se você começar a se aprofundar mais, tem sempre uma história por trás dessa felicidade – Eu não acho que você consegue chegar a esse ponto sem ter passado por algo um pouco difícil. Essa música é sobre tentar não pensar demais em algumas coisas – estar ali no momento e só curtir.

“Basic”
É uma música muito antiga. Eu escrevi com Jonny Lattimer em Londres a três anos atrás. Tudo começou com uma demonstração de piano e ficou na nossa pasta de tracklists do álbum por muito tempo. Meu time e eu sempre achamos que tinha potencial, mas não tinha a produção certa, então nós reservamos o estúdio Ocean Sound Recordings no mesmo período que fizemos “Sucker Punch” e “Mine Right Now”. Eu estava com “Odd Martin” Skålness e Martin Sjølie – nós chamamos eles de Martinis, tentando descobrir o que poderíamos fazer com a produção para torná-la especial. Nós tivemos a ideia de deixar as pessoas entrarem na sessão de estúdio e no mundo de como nós escrevemos essas músicas. Pode parecer realmente brilhante, mas foi legal mostrar o material cru, então foi assim que surgiu o som do violão sozinho. Martin Sjølie estava segurando seu iPhone e Odd Martin estava tocando violão, e eu estava apenas cantando no celular, sem microfone. Nós colocamos no arquivo Pro Tools, e agora é provavelmente um dos meus momentos de estúdio favoritos.

“Strangers”
Eu fiz “Strangers” com Martin Sjølie, que é um dos primeiros produtores que eu me conectei, e essa foi provavelmente a segunda ou terceira música que escrevemos depois de “Don’t Kill My Vibe”. Foi um momento emocionante, porque eu senti que realmente nos entendíamos. Eu estava sempre correndo pelo estúdio, fazendo barulhos estranhos, tipo, “nós podemos fazer esse som?” E ele traduzia isso para sua linguagem musical. Com “Strangers” nós estávamos ouvindo muito Robyn – você pode ouvir a inspiração, com certeza. A parte “Dancing On My Own” estava na minha cabeça. Então, eu lembro que Martin fez uma parecida para “Strangers”, e nós apenas cortamos em vez de ir “Dududududududududu” era mais como “Dududu! Dududu! Dududu!” Foi assim que conseguimos – eu dizendo assim, e ele traduzindo isso para o baixo.

“Don’t Feel Like Crying”
É bem óbvio sobre o que é essa música – mágoa – mas estávamos tentando colocar isso como algo positivo. Eu só queria ter um bom tempo e sair com meus amigos. Há um pouco de tristeza na parte mais agitada: “It hasn’t hit me yet, but I know if I go home I’m gonna get upset.” Eu não acho que eles merecem ser chamados de raps, mas eu amo esses ganchos vocais agitados. Eu faço um em “Strangers” também. Eu achei que seria legal colocar essas letras na parte que não é tão fácil de escutar para tirar a parte triste e transformar em algo que soe inspiração. Eu escrevi essa música com Oscar Holter e Emily Warren em Oslo, e quando começamos a falar sobre o tema da música e algumas referências, eu cantei “Bad Decisions” da Ariana Grande, que é uma das minhas músicas favoritas, e também “Viva La Vida” de Coldplay com as cordas do violão. O elemento do disco aconteceu naturalmente. É definitivamente uma das musicas mais pop que já fiz, mas eu sinto que se encaixa perfeitamente lá e é 100% eu.

“Level Up”
É o meu hino para vídeo games. Quando você alcança um novo nível em algo como Super Mário ou Donkey Kong, você sobe de nível. É uma música de relacionamento sobre quando você passa por algo que é difícil, você também sobe de nível de certa forma. Musicalmente eu me lembro de pensar em Chet Baker, um pouco de Neil Young e Bob Dylan – a inspiração foi apenas músicas clássicas. Estava um dia muito bom lá fora, e estava eu, Emily e Odd Martin passando tempo no estúdio. Normalmente quando eu entro, eu estou focada e pronta para trabalhar, mas essa sessão foi mais tranquila. Nós estávamos sentados na sala ao lado da cozinha do estúdio. Martin tocava violão, e Emily tinha algumas ideias líricas. Na nota de voz original, quando eu começo a cantar o refrão, você consegue ouvir Emily no fundo dizendo: “Ai meu Deus!”. Eu amo momentos em que você cria algo e recebe uma reação imediata.

“Sight Of You”
Eu usei o “Super Trouper” do ABBA como referência no estúdio. Essa música é sobre como a turnê tem sido nos últimos anos, e de como às vezes a companhia aérea perde sua bagagem e é uma droga. Uma vez a nossa bagagem foi enviada para Nairobi, e nós nunca estivemos lá. Nós estávamos na França! É sempre muito divertido se apresentar em shows, mas lembro que foi muito difícil. Porque era semana de festival quando acordávamos às 4 da manhã todos os dias. Eu não poderia ter feito isso sem minha banda. Eles são alguns dos meus amigos mais próximos, e é disso que “Sight of You” é: Eu só preciso de um olhar deles. Foi inspirado por um festival que fizemos na Irlanda no ano passado chamado Electric Picnic. Nós estávamos tão cansados aquele dia, mas a multidão era enorme e tão interessada, então eu continuei olhando para trás para a banda tipo: “Puta merda! Estamos fazendo isso!” Eu comecei a chorar no palco, mas eram lágrimas de alegria, e isso é aquela onda de felicidade e adrenalina.

“In Vain”
A produção é muito similar com a demo original. Eu escrevi com Joe Janiak dois anos atrás em Londres, e era a mesma coisa: era escasso no começo e explosiva no final. Eu passei muito tempo tentando descobrir como finalizar a produção. Eu levei em produtores diferentes, e todas as vezes eu pensei, “Não é o ideal.” Nós tocamos várias vezes em turnê como uma banda, então, no final de todas as turnês do ano passado, eu pensei: “Você sabe o que funciona? A versão da banda – como eles traduziram a primeira demonstração do Joe.” Então nós trouxemos a banda para o estúdio em Bergen, eles fizeram suas coisas, juntamos, e foi isso.

“Don’t Kill My Vibe”
Sou tão orgulhosa que esse foi meu primeiro single oficial. É difícil descrever o quanto significa ver crianças sentadas nos ombros dos seus pais nos shows vestindo as camisetas de “Don’t Kill My Vibe”. Eu escrevi com Martin Sjølie há cerca de seis meses antes de lançarmos. Foi antes de assinar o contrato com a gravadora, antes de tudo acontecer. Eu me lembro de pensar, “Devemos ir com outra coisa para construir uma audiência e depois liberar isso?” Mas eu estou tão feliz que escolhemos “Don’t Kill My Vibe” primeiro – me descreve muito bem como pessoa. Eu sou muito teimosa, eu sei com o que estou confortável e com o que não estou. A inspiração da música foi outra sessão de composição em que eu estava, onde alguém não estava respeitando minha opinião. Escrever isso com Martin depois me deu alguma autoridade. Quando eu entrei nas sessões depois disso eu fiquei tipo: “É assim que escrevo, é assim que eu me sinto.” Às vezes eu coloco isso como um lembrete para mim mesma se estou chateada com alguma coisa: É por isso que você escreveu essa música! Eu sei que você não deveria dizer que escuta sua própria música, mas às vezes é verdade.


“Business Dinners”
Eu estava em Estocolmo dois anos atrás com Patrik Berger, Noonie Bao e Martin Stilling. Eu cheguei com referências do Studio Ghibli, a companhia de filmes japonesa que fez o filme A viagem de Chihiro. Eles têm um monte de trilhas sonoras estranhas que são incríveis. Eu sempre fui inspirada por isso, então perguntei a Patrik como poderíamos fazer, e ele começou a trabalhar fazendo todos esses incríveis sons estranhos. Eu nem sei como ele fez aquele som de sintetizador riscado. Ele é uma pessoa tão fantástica e interessante – Eu estava surtando um pouco porque ele fez coisas incríveis com Robyn e Charli XCX. Essa música é praticamente a produção da demo com os vocais originais. Tem sido polida e misturada, mas eu não regravei nada, foi tudo feito no local. Liricamente, é sobre pressão – pressão que eu coloco em mim, pressão que vem de outro lugar. Sou incrivelmente honrada por estar fazendo esse trabalho, mas às vezes é muita coisa para assimilar. Eu tenho tentado com todo o álbum demonstrar um resumo de como foi toda essa jornada, e isso inclui músicas sobre trabalho.

“Never Mine”
Minha inspiração para essa foi a última música de uma festa quando está desaparecendo lentamente e você tem a última despedida. Eu também estava me imaginando dirigindo um carro enquanto ouvia. Quando faço músicas, muitas vezes é muito para cima, para baixo, para cima, para baixo, em todo lugar, mas dessa vez eu queria tentar estar em um encaixe e fazer algo mais estável. É muito anos 80 também – eu estava pensando em músicas como “Careless Whisper” do George Michael. Eu lembro que cantei os versos de uma maneira muito exagerada e brega, apenas uma piada, e todo mundo dizia: “Isso é ótimo, faça desse jeito”. Geralmente eu sou ansiosa para obter o maior número de palavras possível e explicar a história toda em uma música, mas essa foi a primeira vez que tivemos um refrão onde eu digo a mesma coisa repetidamente: “You were never mine/ Never, never mine!” Foi bom escrever algo que não tivesse muitas palavras.

“Dynamite”
Essa música do EP ‘Don’t Kill My Vibe’ é a última música do álbum porque eu queria mostrar que as pessoas não são apenas uma coisa. Todo mundo tem emoções e humores diferentes. Eu não tenho apenas momentos como “Don’t Kill My Vibe”. Eu também tenho momentos como “Dynamite” que são um pouco mais vulneráveis ​​- embora eu sempre achei que o refrão é um pouco brega também. Eu lembro quando eu e o Askjell Solstrand escrevemos, nós falamos “podemos dizer isso? Está tudo bem? É muito brega?”. Mas nós não poderíamos nos convencer a mudar. É do jeito que deveria ser escrito. “Dynamite” sempre foi o que é, apenas o piano e os vocais. Conversamos sobre adicionar ou não a produção completa a ela, mas às vezes é melhor apenas deixar. Ela ressoou muito bem em nosso set ao vivo como um momento discreto. Às vezes você só precisa confiar em seus instintos – e eu não poderia fazer um álbum de estreia sem colocar “Dynamite” nele.




 
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1 Comment

Herick Diener · 19/05/2019 at 7:46 PM

Icônica! Simplesmente meu álbum favorito nesse ano.

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